O SEGREDO DE FÁTIMA REVELADO





Manuscrito guardado por muito tempo, o documento terá saído poucas vezes do Vaticano 
Já fez investigação em arquivos em várias partes do mundo, mas passar a porta do Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé, no Vaticano, foi diferente. “É imponente, aquelas paredes espessas que nos fazem desejar lá entrar, sabendo nós que há todo um conjunto de reservas muito rigorosas para ter acesso a este arquivo e às suas especialidades”, conta a docente da Universidade de Coimbra (UC), Maria José Azevedo Santos, que terá sido a primeira mulher leiga a ter acesso, com objectivos de investigação científica, ao documento escrito pela irmã Lúcia sobre a terceira parte do segredo de Fátima. É esse manuscrito que está agora exposto pela primeira vez ao público em Fátima, numa mostra intitulada Segredo e Revelação.
Com o aproximar do centenário, em 2017, das chamadas aparições de Fátima (1917), o Santuário decidiu promover uma reflexão em torno da terceira parte do segredo. Para isso, pediu autorização ao Vaticano para trazer até Portugal, e expor publicamente, o documento escrito em Tui a 3 de Janeiro de1944, quando Lúcia ainda era religiosa de Santa Doroteia.
A exposição Segredo e Revelação, que pode ser visitada na zona da Reconciliação da Basílica da Santíssima Trindade, põe em destaque as três partes do chamado segredo de Fátima - A visão do inferno, O imaculado Coração de Maria, A Igreja mártir - e mostra pela primeira vez o manuscrito relativo à terceira parte do segredo, aquele que esteve mais tempo guardado e que demorou mais tempo a ser revelado. O documento foi escrito em 1944, deu entrada no Arquivo Secreto da Congregação para a Doutrina da Fé a 14 de Abril de 1957 e o conteúdo só foi revelado ao microfone em Fátima a 13 de Maio de 2000, na cerimónia de beatificação de Francisco e Jacinta. O fio condutor da exposição é a interpretação teológica do segredo feita pelo cardeal Joseph Ratzinger, agora Papa emérito Bento XVI.
Guardado por muito tempo, o documento terá saído poucas vezes do Vaticano. Uma das vezes foi a pedido do então Papa João Paulo II, quando ainda estava na Policliníca Gemelli, depois do atentado de que foi vítima a 13 de Maio de 1981. Outra das vezes terá sido em 2000 quando o então secretário da Congregação da Doutrina da Fé se encontrou com Lúcia, em Coimbra, levando-lhe a carta e pedindo-lhe que também confirmasse que era autêntica.
Foi a pedido da diocese de Leiria-Fátima que Maria José Azevedo Santos esteve, entre 4 e 8 de Setembro, no Vaticano com a missão de analisar e atestar, do ponto de vista científico, a autenticidade do documento. O Papa Francisco autorizou a ida da docente ao arquivo, a investigadora pegou no manuscrito “com luvas”, analisou-o e emitiu para já um parecer oral favorável: é o documento escrito por Lúcia e muito provavelmente terá sido redigido com uma pena de aparo metálico, a tinta azul, numa folha de papel de carta, de quatro páginas, de cor bege, pautado (16 linhas). Mais tarde, a investigadora nas áreas da História Medieval, Ciências Documentais, História da escrita e Arquivos Históricos, irá fazer um estudo aprofundado sobre a carta.
“Já fiz investigação em muitos arquivos da América, da África, nacionais, e já vi muitos documentos e devo dizer que o que senti ao passar aquela porta do arquivo jamais será apagado da minha memória”, diz a especialista em Paleografia e Diplomática medievais, modernas, latinas e portuguesas. Apesar de garantir que tal não interfere com o trabalho científico que lá foi fazer, a professora admite que o facto de ser católica contribuiu para aumentar “o sentimento e a responsabilidade”.
Carta fez “correr rios de tinta”
“Foi uma emoção singular exactamente porque se trata de um autógrafo [documento escrito na íntegra pelo autor] muito especial. Fala-se tanto em Património da Humanidade, aqui temos um exemplo sem ser declarado. Não é preciso declarar, este documento é património da Humanidade, não é dos católicos, não é dos ortodoxos, é da Humanidade”, defende a docente que pertence também à Comissão Histórica do processo de beatificação e canonização da irmã Lúcia.
Apesar de poder ter havido vigilantes e restauradores com eventual acesso ao documento, Maria José Azevedo Santos terá sido a primeira mulher leiga com a missão de o analisar: “Para os objectivos que me foram atribuídos, com este encargo de carácter científico fui realmente a primeira mulher leiga a ter acesso directo ao documento, isso é verdade”, diz a catedrática da faculdade de letras que já foi directora do arquivo da UC e, até hoje, também a única mulher a ocupar o cargo.
A exposição que pode ser visitada em Fátima inclui fotografias e outros documentos, como aquele que foi escrito também por Lúcia sobre as duas primeiras partes do segredo. Faz ainda alusão aos interrogatórios a que foram sujeitos Francisco, Jacinta e Lúcia, depois das alegadas aparições. Existe ainda referência a relatos e artigos da época sobre o fenómeno solar que terá ocorrido em Fátima a 13 Outubro de 1917.
Nossa Senhora de Fátima.

        Em 13 de maio de 1917, em Fátima, Portugal, três crianças, Lúcia, Francisco e Jacinta, tiveram a visão e conversaram com Nossa Senhora. Assim começa uma das mais famosas e conceituadas aparições desta santa católica, seguida de posteriores aparições, no mesmo lugar, nas datas de 13 de junho, 13 de julho, 15 de agosto, 13 de setembro e 13 de outubro do mesmo ano. Nesta última (13 de outubro), cerca de 60 mil pessoas presenciaram a um milagre, onde aproximadamente ao meio dia o sol de deslocou no céu, girando e se movendo em várias direções, voltando à posição normal após vários minutos. 
        Das três crianças, Jacinta e Francisco faleceram ainda bem jovens, sendo Lúcia viva até os dias atuais. Os segredos passados por Nossa Senhora às crianças na tarde de 13 de julho de 1917 - segundo as palavras da própria Irmã Lúcia: ‘o Segredo consta de três coisas distintas’ - são:
 
        1º - A visão do inferno;
 
        2º - A punição do mundo:
        “... , virei pedir a consagração da Rússia ao meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz; se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja; os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas; por fim, o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-Me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz. ...”
        3ª parte do segredo: desconhecida, mas acredita-se que complemente a segunda parte do segredo. Citando a obra do Sr. Antonio Borelli Machado ‘As aparições e a mensagem de Fátima conforme os manuscritos da Irmã Lúcia’, (Página 47):
        “No prefácio da edição brasileira dos escritos da Irmã Lúcia, o Pe. Antonio Maria Martins S.J. afirma, de modo categórico, que a terceira parte do Segredo, ‘cujo texto não foi ainda divulgado, trata apenas da chamada Crise da Igreja’ ... O autor não explica como soube disso nem dá maiores esclarecimentos sobre o assunto.”
        Como se vê, há suspeitas de que o terceiro segredo muito bem guardado pelas autoridades do Vaticano venha a confirmar outras previsões sobre uma possível perseguição religiosa aos cristãos. À esta conclusão somos levados também pela seguinte visão que Jacinta teve e relatou à Lúcia:
        - “Não sei como foi, eu vi o Santo Padre numa casa muito grande, de joelhos diante de uma mesa, com as mãos no rosto a chorar; fora da casa estava muita gente e uns atiravam-lhe pedras, outros rogavam-lhe pragas e diziam-lhe muitas palavras feias. Coitadinho do Santo Padre, temos que pedir muito por ele!”
        Em 1944 Irmã Lúcia escreve e envia o 3º segredo ao Bispo de Leiria, que por sua vez é enviada à Nunciatura Apostólica em Lisboa, e finalmente ao Vaticano. De acordo com declarações da própria Irmã Lúcia, este segredo só poderia se tornar público a partir de 1960, o que ainda não se realizou. 
        Em 1967, o papa Paulo VI passa mal e desmaia após ler o terceiro segredo de Fátima, e é anunciada a decisão do papa de não revelar o segredo ao público.
 

        O Papa
 João Paulo II em visita ao Santuário de Fátima, Portugal, em 13 de maio de 2000, com a finalidade de beatificar as duas crianças videntes já falecidas (Jacinta e Francisco), revela parte do Terceiro Segredo de Fátima. Em 26 de junho de 2000 finalmente a íntegra do texto de irmã Lúcia é divulgado pelo Vaticano. Abaixo segue o texto original da irmã Lúcia:
« J.M.J.
     A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima.
     Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.
     Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n'uma luz emensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n'êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy-3-1-1944 ».
    As autoridades do Vaticano teimam em interpretar esta mensagem como tendo sido o atentado que o Papa João Paulo II sofreu em 13 de maio de 1981. Mas o texto, que não coincide em nada com o referido atentado, parece claro ao que se refere ao fatos que estão por vir, e vem de encontro com outras profecias, como a do Papa Pio X, Dom Bosco, São Malaquias e Nostradamus.

Fonte:http://www.jluciano.eti.br/profecias/nsfatima.htm

O Segredo de Fátima
O texto abaixo foi extraído do site do Vaticano (tradução para língua portuguesa) e contém a íntegra do documento divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, no qual é revelado e comentado o terceiro segredo de Fátima
O « SEGREDO » DE FÁTIMA
PRIMEIRA E SEGUNDA PARTE DO « SEGREDO »  SEGUNDO A REDAÇÃO FEITA PELA IRMÃ LÚCIA  NA « TERCEIRA MEMÓRIA », DE 31 DE AGOSTO DE 1941,  DESTINADA AO BISPO DE LEIRIA-FÁTIMA
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Terei para isso que falar algo do segredo e responder ao primeiro ponto de interrogação.

O que é o segredo?

Parece-me que o posso dizer, pois que do Céu tenho já a licença. Os representantes de Deus na terra, têm-me autorizado a isso várias vezes, e em várias cartas, uma das quais, julgo que conserva V. Ex.cia Rev.ma do Senhor Padre José Bernardo Gonçalves, na em que me manda escrever ao Santo Padre. Um dos pontos que me indica é a revelação do segredo. Algo disse, mas para não alongar mais esse escrito que devia ser breve, limitei-me ao indispensável, deixando a Deus a oportunidade d'um momento mais favorável.
Expus já no segundo escrito a dúvida que de 13 de Junho a 13 de Julho me atormentou e que n'essa aparição tudo se desvaneceu.
Bem o segredo consta de três coisas distintas, duas das quais vou revelar.
A primeira foi pois a vista do inferno!
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fôgo que parcia estar debaixo da terra. Mergulhados em êsse fôgo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras, ou bronziadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que d'elas mesmas saiam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faulhas em os grandes incêndios sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dôr e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios destinguiam-se por formas horríveis e ascrosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa bôa Mãe do Céu; que antes nos tinha prevenido com a promeça de nos levar para o Céu (na primeira aparição) se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.
Em seguida, levantámos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
- Vistes o inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores, para as salvar, Deus quer establecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra peor. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida, sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai a punir o mundo de seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a comunhão reparadora nos primeiros sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sufrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será consedido ao mundo algum tempo de paz. (Ver nota 7)
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TERCEIRA PARTE DO « SEGREDO »
(texto original)
 (transcrição ver nota 8)
« J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.
Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fôgo em a mão esquerda; ao centilar, despedia chamas que parecia iam encendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n'uma luz emensa que é Deus: "algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante" um Bispo vestido de Branco "tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre". Varios outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fôra de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dôr e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de juelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam varios tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, n'êles recolhiam o sangue dos Martires e com êle regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy-3-1-1944 ».
(6) Na « quarta memória », de 8 de Dezembro de 1941, a Irmã Lúcia escreve: « Começo pois a minha nova tarefa, e cumprirei as ordens de V. Ex.cia Rev.ma e os desejos do Senhor Dr. Galamba. Excetuando a parte do segredo que por agora não me é permitido revelar, direi tudo; advertidamente não deixarei nada. Suponho que poderão esquecer-me apenas alguns pequenos detalhes de mínima importância ».
Texto original:TEXTO 8.JPG





(7) Na citada « quarta memória », a Irmã Lúcia acrescenta: « Em Portugal se conservará sempre o dogma da fé etc. ».
Texto original:
(8) Na transcrição, respeitou-se o texto original mesmo quando havia erros e imprecisões de escrita e pontuação, os quais, aliás, não impedem a compreensão daquilo que a vidente quis dizer.

Fonte:http://www.acnsf.org.br/article/7865/O-Segredo-de-Fatima.html

Interpretação do Segredo de Fátima

O texto abaixo foi extraído do site do Vaticano (tradução para língua portuguesa) e contém a íntegra do documento divulgado pela Sagrada Congregação para a Doutrina da Fé, no qual é revelado e comentado o terceiro segredo de Fátima
INTERPRETAÇÃO DO « SEGREDO »
CARTA DE JOÃO PAULO II
À IRMÃ LÚCIA
(texto original)
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COLÓQUIO
COM A IRMÃ MARIA LÚCIA DE JESUS
E DO CORAÇÃO IMACULADO

O encontro da Irmã Lúcia com Sua Ex.cia Rev.ma D. Tarcisio Bertone, Secretário da Congregação para a Doutrina da Fé, por encargo recebido do Santo Padre, e Sua Ex.cia Rev.ma D. Serafim de Sousa Ferreira e Silva, Bispo de Leiria-Fátima, teve lugar a 27 de Abril passado (uma quinta-feira), no Carmelo de Santa Teresa em Coimbra.
A Irmã Lúcia estava lúcida e calma, dizendo-se muito feliz com a ida do Santo Padre a Fátima para a Beatificação de Francisco e Jacinta, há muito desejada por ela.
O Bispo de Leiria-Fátima leu a carta autógrafa do Santo Padre, que explicava os motivos da visita. A Irmã Lúcia disse sentir-se muito honrada, e releu pessoalmente a carta comprazendo-se por vê-la nas suas próprias mãos. Declarou-se disposta a responder francamente a todas as perguntas.
Então, o Senhor D. Tarcisio Bertone apresenta-lhe dois envelopes: um exterior que tinha dentro outro com a carta onde estava a terceira parte do « segredo » de Fátima. Tocando esta segunda com os dedos, logo exclamou: « É a minha carta », e, depois de a ler, acrescentou: « É a minha letra ».
Com o auxílio do Bispo de Leiria-Fátima, foi lido e interpretado o texto original, que é em língua portuguesa. A Irmã Lúcia concorda com a interpretação segundo a qual a terceira parte do « segredo » consiste numa visão profética, comparável às da história sagrada. Ela reafirma a sua convicção de que a visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imane sofrimento das vítimas da fé no século XX.
À pergunta: « A personagem principal da visão é o Papa? », a Irmã Lúcia responde imediatamente que sim e recorda como os três pastorinhos sentiam muita pena pelo sofrimento do Papa e Jacinta repetia: « Coitadinho do Santo Padre. Tenho muita pena dos pecadores! » A Irmã Lúcia continua: « Não sabíamos o nome do Papa; Nossa Senhora não nos disse o nome do Papa. Não sabíamos se era Bento XV, Pio XII, Paulo VI ou João Paulo II, mas que era o Papa que sofria e isso fazia-nos sofrer a nós também ».
Quanto à passagem relativa ao Bispo vestido de branco, isto é, ao Santo Padre - como logo perceberam os pastorinhos durante a « visão » - que é ferido de morte e cai por terra, a irmã Lúcia concorda plenamente com a afirmação do Papa: « Foi uma mão materna que guiou a trajectória da bala e o Santo Padre agonizante deteve-se no limiar da morte » (João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica Gemelli, 13 de Maio de 1994).
Uma vez que a Irmã Lúcia, antes de entregar ao Bispo de Leiria-Fátima de então o envelope selado com a terceira parte do « segredo », tinha escrito no envelope exterior que podia ser aberto somente depois de 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria, o Senhor D. Bertone pergunta-lhe: « Porquê o limite de 1960? Foi Nossa Senhora que indicou aquela data? ».Resposta da Irmã Lúcia: « Não foi Nossa Senhora; fui eu que meti a data de 1960 porque, segundo intuição minha, antes de 1960 não se perceberia, compreender-se-ia somente depois. Agora pode-se compreender melhor. Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa ».
Por último, alude-se ao manuscrito, não publicado, que a Irmã Lúcia preparou para dar resposta a tantas cartas de devotos e peregrinos de Nossa Senhora. A obra intitula-se « Os apelos da Mensagem de Fátima », e contém pensamentos e reflexões que exprimem, em chave catequética e parenética, os seus sentimentos e espiritualidade cândida e simples. Perguntou-se-lhe se gostava que fosse publicado, ao que a Irmã Lúcia respondeu: « Se o Santo Padre estiver de acordo, eu fico contente; caso contrário, obedeço àquilo que decidir o Santo Padre ». A Irmã Lúcia deseja sujeitar o texto à aprovação da Autoridade Eclesiástica, esperando que o seu escrito possa contribuir para guiar os homens e mulheres de boa vontade no caminho que conduz a Deus, meta última de todo o anseio humano.
O colóquio termina com uma troca de terços: à Irmã Lúcia foi dado o terço oferecido pelo Santo Padre, e ela, por sua vez, entrega alguns terços confeccionados pessoalmente por ela.
A Bênção, concedida em nome do Santo Padre, concluiu o encontro.
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COMUNICAÇÃO DE SUA EMINÊNCIA
O CARD. ÂNGELO SODANO
SECRETÁRIO DE ESTADO DE SUA SANTIDADE

No final da solene Concelebração Eucarística presidida por João Paulo II em Fátima, o Cardeal Ângelo Sodano, Secretário de Estado, pronunciou em português as palavras seguintes:

Irmãos e irmãs no Senhor!
No termo desta solene celebração, sinto o dever de apresentar ao nosso amado Santo Padre João Paulo II os votos mais cordiais de todos os presentes pelo seu próximo octogésimo aniversário natalício, agradecidos pelo seu precioso ministério pastoral em benefício de toda a Santa Igreja de Deus.
Na circunstância solene da sua vinda a Fátima, o Sumo Pontífice incumbiu-me de vos comunicar uma notícia. Como é sabido, a finalidade da vinda do Santo Padre a Fátima é a beatificação dos dois Pastorinhos. Contudo Ele quer dar a esta sua peregrinação também o valor de um renovado preito de gratidão a Nossa Senhora pela protecção que Ela Lhe tem concedido durante estes anos de pontificado. É uma protecção que parece ter a ver também com a chamada terceira parte do « segredo » de Fátima.
Tal texto constitui uma visão profética comparável às da Sagrada Escritura, que não descrevem de forma fotográfica os detalhes dos acontecimentos futuros, mas sintetizam e condensam sobre a mesma linha de fundo factos que se prolongam no tempo numa sucessão e duração não especificadas. Em consequência, a chave de leitura do texto só pode ser de carácter simbólico.
A visão de Fátima refere-se sobretudo à luta dos sistemas ateus contra a Igreja e os cristãos e descreve o sofrimento imane das testemunhas da fé do último século do segundo milénio. É uma Via Sacra sem fim, guiada pelos Papas do século vinte.
Segundo a interpretação dos pastorinhos, interpretação confirmada ainda recentemente pela Irmã Lúcia, o « Bispo vestido de branco » que reza por todos os fiéis é o Papa. Também Ele, caminhando penosamente para a Cruz por entre os cadáveres dos martirizados (bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares), cai por terra como morto sob os tiros de uma arma de fogo.
Depois do atentado de 13 de Maio de 1981, pareceu claramente a Sua Santidade que foi « uma mão materna a guiar a trajectória da bala », permitindo que o « Papa agonizante » se detivesse « no limiar da morte » [João Paulo II, Meditação com os Bispos Italianos, a partir da Policlínica Gemelli, em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XVII-1 (Città del Vaticano 1994), 1061]. Certa ocasião em que o Bispo de Leiria-Fátima de então passara por Roma, o Papa decidiu entregar-lhe a bala que tinha ficado no jeep depois do atentado, para ser guardada no Santuário. Por iniciativa do Bispo, essa bala foi depois encastoada na coroa da imagem de Nossa Senhora de Fátima.
Depois, os acontecimentos de 1989 levaram, quer na União Soviética quer em numerosos Países do Leste, à queda do regime comunista que propugnava o ateísmo. O Sumo Pontífice agradece do fundo do coração à Virgem Santíssima também por isso. Mas, noutras partes do mundo, os ataques contra a Igreja e os cristãos, com a carga de sofrimento que eles provocam, infelizmente não cessaram. Embora os acontecimentos a que faz referência a terceira parte do « segredo » de Fátima pareçam pertencer já ao passado, o apelo à conversão e à penitência, manifestado por Nossa Senhora ao início do século vinte, conserva ainda hoje uma estimulante actualidade. « A Senhora da Mensagem parece ler com uma perspicácia singular os sinais dos tempos, os sinais do nosso tempo. (...) O convite insistente de Maria Santíssima à penitência não é senão a manifestação da sua solicitude materna pelos destinos da família humana, necessitada de conversão e de perdão » [João Paulo II, Mensagem para o Dia Mundial do Doente - 1997, n. 1, em: Insegnamenti di Giovanni Paolo II, XIX-2 (Città del Vaticano 1996), 561].
Para consentir que os fiéis recebam melhor a mensagem da Virgem de Fátima, o Papa confiou à Congregação para a Doutrina da Fé o encargo de tornar pública a terceira parte do « segredo », depois de lhe ter preparado um adequado comentário.
Irmãos e irmãs, damos graças a Nossa Senhora de Fátima pela sua protecção. Confiamos à sua materna intercessão a Igreja do Terceiro Milénio.
Sub tuum præsidium confugimus, Sancta Dei Genetrix! Intercede pro Ecclesia. Intercede pro Papa nostro Ioanne Paulo II. Amen.
Fátima, 13 de Maio de 2000.

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Fonte:http://www.acnsf.org.br/article/7870/Interpretacao-do-Segredo-de-Fatima.html

O DRAMA DO SEGREDO DE FÁTIMA


A hecatombe do Papado:
mistério culminante da história moderna
  
Admirável é o modo como se manifesta a Providência que confundindo a malícia dos poderosos, faz chegar o pão da verdade aos filhos de Deus; a verdade do Magnificat e do Terceiro Segredo de Nossa Senhora de Fátima, que manifesta a perene intervenção da Misericórdia divina no mundo humano, intervenção excepcional dos nossos tempos.
O que ensinou a Igreja sobre isto? A Fé cristã se funda na intervenção de Deus na história através de Jesus Cristo, seu único Filho, concebido pelo Espírito Santo e nascido da Virgem Maria.
E através da Sua Igreja essa intervenção divina na terra continua, na medida da ajuda que necessitam os homens de boa vontade. Ela se manifesta nos Sacramentos, no Magistério dos papas e, porque não, quando surgem grandes perigos, nos eventos proféticos invocados pela Igreja.
Desde o início do livro do Genesis, é dito que será a Mulher a vencer o Inimigo de Deus e dos homens. Inimigo que, na nossa época, suscitou um leviatã com muitas cabeças mortais, das quais a mais feroz impôs a mentalidade revolucionária que é a um tempo libertária e liberticida.
Esta domina no mundo, chegando a infiltrar-se nos vértices da Igreja.
A sociedade humana precisou pois de uma ajuda extraordinária para superar essa insídia mental e moral de dimensões inauditas.
Ora, a Igreja desde sempre invocou com orações ajudas sobrenaturais: sinais de alcance histórico, que desde os primórdios do Cristianismo manifestaram-se em horas crucias para suster a Fé, ameaçada pelo espirito do mundo, que cada vez mais seduz com seu poder as almas.
E a intervenção de Maria, Auxilium Christianorum, sempre foi invocada nas horas cruciais com gratidão pelos Papas católicos.
Aqui começa a história do Evento de Nossa Senhora de Fátima.
O papa Bento XV, em plena guerra mundial, invocou publicamente a ajuda de Maria no dia 5 de maio de 1917.
A resposta veio no dia 13 de maio seguinte. Para ajudar a humanidade Nossa Senhora, na vigília da revolução bolchevista, confiou a três pastorinhos de Fátima uma mensagem que avisava dos erros espalhados pela Rússia e dos perigos crescentes para o mundo, se os homens e os povos não deixassem de ofender a Deus: depois da devastadora I Guerra mundial viria uma “guerra pior”.
Se depois desta o mundo não mudasse, viria um terceiro flagelo, mais letal que as guerras; o momento mais crucial da história.
Pode-se deduzir que esse novo flagelo seria de natureza tão tenebrosa, tão incrível nos dias em que foi anunciado, que deveria permanecer como um segredo até a hora em que sua manifestação o tornasse visível à luz da Fé. Quando? Em 1960.
Esta data merecia pois toda a atenção.
Era o momento misterioso em que a ameaça final para a Fé surgiria e, ao mesmo tempo, a causa desse perigo letal seria ocultada por uma enxurrada de enganos.
Emblematicamente o Segredo ficou desde então encerrado no Vaticano.
Não se acreditava mais na ajuda divina para as questões da terra, ou se temia uma intervenção extraordinária do Céu?
Esta dúvida faz vislumbrar um mistério, que precisa ser investigado.
Fato é que por mais de quarenta anos o Segredo ficou arquivado.
Depois ele foi finalmente aberto, mas devido ao teor vago de sua interpretação oficiosa, os mistérios em volta dele, ao invés de cessarem, se multiplicaram; dando ensejo à muitas novas dúvidas e várias publicações, que se apoiam nas contradições vaticanas quanto ao testemunho da Vidente Lúcia.
O que haverá atrás de tudo isto? Como é possível que a visão simbólica de um massacre a tiros do Papa com os seus séquito fiel, não tenha suscitado dos católicos uma consideração meditada do seu significado, mas que ao invés, prevaleça um conformismo apático diante de explicações que nada explicam?
De fato, a conclusão do Segredo foi reduzida à lembrança, segundo o então card. Ratzinger, de imagens que as pastorinhas poderiam “ter visto em livros de piedade e cujo conteúdo deriva de antigas intuições de Fé”.
Não será mais correto dizer que são os livros de piedade que derivam de visões na fé?
Além disso, o que os pastorinhos viram, o inferno e após a hecatombe do Papa com o seu séquito, não foi a mesma para todos eles?
O incrível é que visão para ajudar a Igreja no momento mais crucial da sua história, a terceira parte do Segredo que seria ‘mais clara’ em 1960, agora é apresentada como um quadro fora do tempo!
Devido a este e a outros pontos obscuros na interpretação vaticana do Segredo, grande foi a decepção dos fiéis que esperavam a revelação da verdade assombrosa que viesse sacudir o torpor das consciências, guiando os homens na direcção da Fé.
Essa verdade ainda não foi devidamente aquilatada. Ou melhor, algo ainda impede que ela seja reconhecida por todos; algo ligado, de um lado à malícia de alguns, do outro à uma reacção abúlica diante de uma visão que é claramente extraordinária, pela sua origem e conteúdo, não só religioso mas também histórico. Isto também se apresenta como um mistério no mistério.

A censura e abertura do Segredo não será parte do seu mistério?
Finalmente, depois de quarenta anos, João Paulo II chegou à convicção que poderia levantar o sigilo do Segredo imposto por João XXIII, embora seu sentido, como sabemos, lhe era obscuro.
A razão dessa iniciativa tardia parece ligada a uma operação de imagem pessoal.
João Paulo sente que, em vista da enorme popularidade que atingiu no mundo, o risco de publicar a misteriosa mensagem poderia ser compensado pelo benefício que este traria à sua imagem de vítima dos perseguidores da Igreja.
Foi assim que a recente conferência vaticana forneceu aos meios de comunicação social uma interpretação do Segredo com as forçadas alusões a João Paulo II expostas pelo cardeal Sodano e reforçadas pela nota teológica do então cardeal Ratzinger.
Sua interpretação teria um caráter oficioso e definitivo, pois se pretende que com ela a questão do Segredo ficaria definitivamente superada. Mas depois reconheceu que não ficou.
O fato é, porém, que os aspectos obscuros dessas “explicações” são tantos que mesmo autores fieis às orientações provindas do Vaticano concluem que muito ficou por esclarecer.
Exemplo disso é o livro recente do jornalista italiano António Socci, “Il Quarto Segreto di Fátima” (Rizzoli, Milão, 2006), onde esse autor confessa que, embora tenha inicialmente aceitado que todo o Segredo havia sido publicado e explicado, a grande quantidade de fatos obscuros leva a pensar que muito ainda deve ser esclarecido. É disso que o livro passa a tratar.
A interpretação vaticana do Segredo concentrou-se justamente na pessoa que quis a sua abertura, mas sem explicar como esta serviu à sua defesa, e sem fornecer argumentos demonstrativos que a profecia do Segredo ficou exaurida. Reforçou assim a impressão que o objecto dessa operação era evidenciar uma áurea de martírio e de proteção divina sobre João Paulo II e seu pontificado revolucionário, sem responder às questões suscitadas pela visão da hecatombe papal. Esta ficaria em parte reduzida, segundo o então cardeal Ratzinger, a impressões religiosas dos pastorinhos após a visão do inferno – “projeções do mundo interior de crianças, crescidas num ambiente de profunda piedade, mas ao mesmo tempo assustadas pelas tempestades que ameaçavam o seu tempo” – que, privadas de sentido no mundo actual, não mereceriam maior atenção.
A perplexidade geral diante de interpretação do Segredo
A abertura do Segredo perturbou o íntimo de muitas consciências. Isto só pode ser devido a duas razões principais: o uso pessoal de um evento religioso de alcance universal; a percepção do contraste entre a piedade tradicional e a modernidade. Isto vem acentuar o desacordo espiritual entre o conteúdo do Segredo e o decenal aggiornamento da religião com os tempos. Só um espírito anti-profético poderia querer adaptar questões religiosas discordantes, que tanto perturbam as consciências fieis.
Aliás, a tentativa de conciliar questões opostas repugna até as consciências que são sinceramente pela modernidade.
Quanto aos católicos, confiantes que uma mensagem celeste não pode ser nada menos que uma grande ajuda para os homens em geral, como é a outra parte da Mensagem de Fátima, esta interpretação suscita tanto desapontamento como suspeita. De fato é evidente que o Segredo foi aberto não pelo seu conteúdo, que resta impermeável à inteligência do Vaticano atual e do mundo intelectual em geral, mas porque parecia adaptável à uma interpretação conforme à intenção do establishment conciliar. Qual? A desvalorização de análises do Segredo, que do alto de sua competência teológica o cardeal Ratzinger, taxou de especulações.
As principais análises sobre o Segredo tratam de duas questões:
– a grave crise atual da Fé, que é um fato evidente a todos, mas que a apresentação vaticana empenhou-se a ignorar;
– a descontinuidade do Vaticano II e da sua hierarquia com a Tradição católica e com o Segredo de Fátima, que o atual Vaticano quer neutralizar.
Com isto se quis ignorar a questão que agora volta à tona: que há uma intrínseca discordância entre a fé que o evento de Fátima recorda e o espírito que suscitou o novo curso religioso do Vaticano.
Evitando essa discordância, também a interpretação dada pelas atuais autoridades vaticanas é falsa.
De nada adianta a anuência da Irmã Lúcia, que é a vidente e não a interprete do Segredo, como ela mesma reconheceu.
O ano de 1960 assinalou o início da surda mas clamorosa revolução que demoliu a Igreja católica, para erigir a outra, conciliar.
Por esta razão, quem se propõe demolir a Tradição procurou também anular ou adaptar o Segredo de Fátima, cuja autenticidade na visão da hecatombe do Papado, denuncia seus ocupantes conciliares.
Diante destas constatações, a tentativa de re-arquivar assim o Segredo fornece indicações, para “quem tem olhos para ver”, sobre o misterioso significado de tais operações.
A razão da Mensagem de Fátima só pode ser aquela que ela exprime explicitamente: a contínua intervenção da Divina Providência na vida dos homens, que só não é eficaz devido à oposição humana à verdade.
A este ponto pode-se deduzir que até o pretexto que serviu para a abertura do Segredo, isto é apresentar como continuidade o que é na verdade ruptura, responde a um desígnio divino e oferece elementos para ajudar a Igreja de Deus a desmascarar as lacerações que lhe causaram as decenais rupturas modernistas na sua doutrina e liturgia tradicionais.
Eis um motivo da luta final entre o bem e o mal neste mundo; foi o que a Irmã comunicou ao Padre Fuentes em 1957, mas teve que retratar em 1959, sob a pressão do Bispo de Coimbra instruído pelo Vaticano.
A chave de leitura para o Segredo de Fátima está na antinomia entre continuidade e ruptura; uma é a vida, a outra é a morte do Papa católico. 

 Fonte:https://promariana.wordpress.com/tag/segredo-de-fatima-ou-perfidia-em-roma/

O que aconteceu em Fátima e qual é seu valor?
 
Em 13 de maio de 1917, "uma Senhora mais brilhante que o sol" apareceu a três crianças, convidando-as a rezar e a encontrar-se com ela durante cinco meses, sempre no dia 13. Em sua última aparição, a misteriosa mulher se identificou, diante de milhares de pessoas, como "a Senhora do Rosário" e, a partir disso, ocorreram alguns milagres.
 
A Igreja aceitou a mensagem de Nossa Senhora em Fátima porque está em conformidade com a revelação divina: seu núcleo fundamental é o convite à conversão e à penitência – precisamente as palavras com as quais Jesus iniciou seu ministério público.

 
O que é o terceiro segredo de Fátima?

 
Quando Maria apareceu às três crianças, mostrou-lhes um segredoque, obviamente, não revelaram a ninguém, por expresso desejo da Virgem. Lúcia, uma das sobreviventes, escreveu o segredo quando o bispo de Leiria lhe ordenou e Nossa Senhora permitiu.
 
Na verdade, mais do que três segredos, é um texto que tem três partes; é por isso que se fala de "a terceira parte do segredo de Fátima". As duas primeiras partes foram dadas a conhecer na década de 40, quando foram divulgadas no diário da irmã Lúcia.
 
A terceira parte foi escrita em 1944 e enviada ao Arquivo Secreto do Santo Ofício de Roma. Nem João XXIII nem Paulo VI revelaram seu conteúdo. João Paulo II leu o texto após o atentado que sofreu em 13 de maio de 1981 e, após sua leitura, fez um ato solene de consagração do mundo ao Coração Imaculado de Maria.

 
Quando o segredo foi revelado e qual é seu conteúdo?

 
Em uma de suas visitas a Fátima, João Paulo II quis dar a conhecer publicamente a terceira parte do segredo de Fátima. Era 13 de maio de 2000. O secretário de Estado do Papa, cardeal Angelo Sodano, explicou o núcleo da visão, que "tem a ver sobretudo com a luta dos sistemas ateus contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imenso sofrimento das testemunhas da fé do último século do segundo milênio".
 
Em junho de 2000, a Congregação para a Doutrina da Fé deu a conhecer os manuscritos da vidente Lúcia relativos às três partes do segredo. A primeira é relativa à visão terrível do inferno e a segunda contém a promessa de que, "no final, meu Imaculado Coração triunfará" e haverá paz, depois de ter feito a consagração da Rússia à Mãe do Senhor.
 
Quanto à terceira parte do segredo, revelado por Nossa Senhora em 13 de julho de 1917 e também escrito à mão por Lúcia, trata-se, em resumo, da visão de um anjo com uma espada de fogo junto a Maria, exortando à penitência.
 
Além disso, um bispo vestido de branco, junto a outros bispos, sacerdotes e religiosos aparecem subindo uma montanha coroada por uma grande cruz, atravessando, para isso, uma cidade em ruínas, cheia de cadáveres.
 
Ao chegar ao topo, o bispo é assassinado por soldados, que fazem o mesmo com os demais eclesiásticos e outros fiéis leigos. Sob a cruz, anjos recolhem, em jarras de cristal, o sangue dos mártires e com ele regam as almas que se aproximam de Deus.
 
A terceira parte do segredo é uma visão profética comparável às da história sagrada. A visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imenso sofrimento das vítimas da fé no século 20. O bispo vestido de branco representava o Papa João Paulo II que sofria, e foi Nossa Senhora quem desviou a bala disparada no atentado, para evitar sua morte.

 
Como entender este segredo a partir da fé cristã?
 
Todo este tema, antes e depois da sua publicação por parte da Igreja, gerou muitas interpretações e comentários.
 
João Paulo II, na Missa de 13 de maio de 1982, destacou a


dimensão do amor materno na mensagem de Fátima, um amor que não só abrange os caminhos do homem a Deus sobre a terra, mas também os que vão além, incluindo o purgatório.
 
O que está no centro é a vontade de Deus, que quer que todos os homens se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade. O pecado afasta o homem de Deus, fonte da vida, e acaba condenando-o. A mensagem de Fátima é um convite à conversão urgente.
 
Bento XVI, no diálogo que teve com os jornalistas em maio de 2010, durante a viagem a Portugal, explicou que, na terceira parte da visão, "indicam-se realidades do futuro da Igreja, que se desenvolvem e se mostram paulatinamente". Por meio de uma linguagem simbólica e profética, reafirma-se o que o próprio Jesus disse: que a Igreja teria de sofrer sempre, de diversas maneiras, até o fim do mundo.
 
Por isso, acrescentou, "a resposta de Fátima não tem a ver substancialmente com devoções particulares, mas com a resposta fundamental, ou seja, a conversão permanente, a penitência, a oração e as três virtudes teologais: fé, esperança e caridade".

 
Foi o Papa alemão quem melhor resumiu o sentido do terceiro segredo de Fátima e como este deve ser entendido na fé, quando disse: "Somos realistas ao esperar que o mal ataque sempre, do interior e do exterior, mas também que as forças do bem estão presentes e que, no final, o Senhor é mais forte que o mal; e Nossa Senhora, para nós, é a garantia visível e materna da bondade de Deus, que é sempre a última palavra da história".
 
Vale a pena ler o denso comentário teológico publicado em 2000, ao revelar a terceira parte do segredo, assinado pelo então prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé.
 
Cabe destacar este trecho: "Os diversos acontecimentos, na medida em que lá são representados, pertencem já ao passado. Quem estava à espera de impressionantes revelações apocalípticas sobre o fim do mundo ou sobre o futuro desenrolar da história, deve ficar desiludido. Fátima não oferece tais satisfações à nossa curiosidade, como, aliás, a fé cristã em geral que não pretende nem pode ser alimento para a nossa curiosidade. O que permanece – dissemo-lo logo ao início das nossas reflexões sobre o texto do 'segredo' – é a exortação à oração como caminho para a 'salvação das almas', e no mesmo sentido o apelo à penitência e à conversão". Bem claro.

 
Em suma, a Igreja ocultou o terceiro segredo de Fátima?
 
À luz de tudo o que vimos aqui, a resposta tem de ser negativa. Porque a Igreja mostrou, no seu devido tempo, o conteúdo deste segredo tão temido. Da mesma maneira, deu a conhecer o conteúdo dos outros dois, no momento oportuno.
 
Outra coisa é o que cada um quiser pensar, as polêmicas que queiram criar sobre o tema ou a vontade de buscar aspectos mórbidos ou esotéricos. Aqui se cumpre algo que Jesus disse e que nos remete não a um obscurantismo eclesiástico, e sim a uma estratégia que vem mais de cima: de um Deus que ocultou estas coisas aos sábios e entendidos e as revelou às pessoas simples.

 


Fonte:http://www.aleteia.org/pt/religiao/q-a/a-igreja-escondeu-alguma-parte-do-terceiro-segredo-de-fatima-1373001?


O chamado Segredo de Fátima é um conjunto de revelações alegadamente revelado pela Virgem Maria a três crianças portuguesasLúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos) - os três pastorinhos, no dia 13 de julho de 1917 na Cova da Iria. De maio a outubro de 1917, as três crianças reivindicaram ter testemunhado a aparição de "uma Senhora mais brilhante do que o Sol" (que teria se apresentado em13 de outubro como a Virgem Maria, mãe de Jesus, e que é hoje aclamada como Nossa Senhora de Fátima).

A imagem de Nossa Senhora na Capelinha das Aparições em Fátima.


Segredo

Segundo a Irmã Lúcia, Nossa Senhora, em 13 de julho de 1917, teria revelado um Segredo constituído por três partes, de caráter profético. As duas primeiras partes foram reveladas em 1941 num documento escrito por Lúcia. A terceira parte foi escrita por Lúcia em 3 de janeiro de 1944, por ordem do bispo de Leiria, e revelada em 2000.1

Primeira parte

A primeira parte é a visão do Inferno:
Nossa Senhora mostrou-nos um grande mar de fogo que parecia estar debaixo da terra. Mergulhados neste fogo os demónios e as almas, como se fossem brasas transparentes e negras ou bronzeadas com forma humana, que flutuavam no incêndio levadas pelas chamas que delas mesmas saíam, juntamente com nuvens de fumo, caindo para todos os lados, semelhante ao cair das faúlhas em os grandes incêndios, sem peso nem equilíbrio, entre gritos e gemidos de dor e desespero que horrorizava e fazia estremecer de pavor. Os demónios distinguiam-se por formas horríveis e asquerosas de animais espantosos e desconhecidos, mas transparentes e negros. Esta vista foi um momento, e graças à nossa boa Mãe do Céu, que antes nos tinha prevenido com a promessa de nos levar para o Céu (na primeira aparição)! Se assim não fosse, creio que teríamos morrido de susto e pavor.2

Segunda parte

A segunda parte é a devoção ao Imaculado Coração de Maria e a conversão da Rússia:
Em seguida, levantamos os olhos para Nossa Senhora que nos disse com bondade e tristeza:
Vistes o Inferno, para onde vão as almas dos pobres pecadores. Para as salvar, Deus quer estabelecer no mundo a devoção a meu Imaculado Coração. Se fizerem o que eu disser salvar-se-ão muitas almas e terão paz. A guerra vai acabar, mas se não deixarem de ofender a Deus, no reinado de Pio XI começará outra pior. Quando virdes uma noite, alumiada por uma luz desconhecida,3 sabei que é o grande sinal que Deus vos dá de que vai punir o mundo pelos seus crimes, por meio da guerra, da fome e de perseguições à Igreja e ao Santo Padre. Para a impedir virei pedir a consagração da Rússia a meu Imaculado Coração e a Comunhão Reparadora nos Primeiros Sábados. Se atenderem a meus pedidos, a Rússia se converterá e terão paz, se não, espalhará seus erros pelo mundo, promovendo guerras e perseguições à Igreja, os bons serão martirizados, o Santo Padre terá muito que sofrer, várias nações serão aniquiladas, por fim o meu Imaculado Coração triunfará. O Santo Padre consagrar-me-á a Rússia, que se converterá, e será concedido ao mundo algum tempo de paz.4

Terceira parte

O conteúdo da terceira parte do Segredo de Fátima, revelado em 13 de Julho de 1917 em Fátima, e que a Ir. Lúcia dos Santos redigiu em 3 de Janeiro de 1944, é o seguinte:
"Escrevo, em ato de obediência a Vós meu Deus, que me mandais por meio de Sua Excelência Reverendíssima o Sr. Bispo de Leuria, e da Vossa e minha Santíssima Mãe. Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora, um pouco mais alto, um anjo com uma espada de fogo na mão esquerda. Ao cintilar despedia chamas que pareciam incendiar o mundo. Mas, apagavam-se com o contato do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro. O anjo, apontando com a mão direita para a terra, com voz forte dizia: - Penitência, penitência, penitência.
E vimos numa luz imensa, que é Deus, algo semelhante a como se vêem as pessoas no espelho, quando lhe diante passa um bispo vestido de branco. Tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre. Vimos vários outros bispos, sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande cruz, de tronco tosco, como se fora de sobreiro como a casca. O Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade, meia em ruínas e meio trêmulo, com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena. Ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho.
Chegando ao cimo do monte, prostrado, de joelhos, aos pés da cruz, foi morto por um grupo de soldados que lhe disparavam vários tiros e setas e assim mesmo foram morrendo uns após os outros, os bispos, os sacerdotes, religiosos, religiosas e várias pessoas seculares. Cavalheiros e senhoras de várias classes e posições. Sob os dois braços da cruz, estavam dois anjos. Cada um com um regador de cristal nas mãos recolhendo neles o sangue dos mártires e com eles irrigando as almas que se aproximavam de Deus."5

Referências

Ver também

Ligações externas


Terceiro segredo de Fátima

 O chamado Terceiro Segredo de Fátima é a terceira parte do segredo alegadamente revelado pela Virgem Maria a três crianças portuguesasLúcia de Jesus dos Santos (10 anos), Francisco Marto (9 anos) e Jacinta Marto (7 anos) - Os Três Pastorinhos, no dia 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria. De Maio a Outubro de 1917, as três crianças afirmaram ter testemunhado a aparição de «uma Senhora mais brilhante do que o Sol» (hoje popularmente conhecida como Nossa Senhora de Fátima).

História

Segundo a Irmã Lúcia, Nossa Senhora, em 13 de Julho de 1917, teria revelado um segredo constituído por três partes, de carácter profético. As duas primeiras partes foram reveladas em 1941 num documento escrito por Lúcia. a terceira parte foi escrita por Lúcia em 3 de Janeiro de 1944, por ordem do bispo de Leiria, D. José Alves Correia da Silva, que o guardou, em envelope selado, no seu arquivo. Em 4 de Abril de 1957 o envelope foi entregue ao Arquivo Secreto do Santo Ofício, onde ficou guardado.
A Irmã Lúcia, antes de entregar ao Bispo de Leiria-Fátima o envelope selado com a terceira parte do Segredo, tinha escrito no envelope exterior que podia ser aberto somente depois de 1960 pelo Patriarca de Lisboa ou pelo Bispo de Leiria. Interrogada sobre o motivo por que o fizera, e se fora Nossa Senhora que indicara aquela data, a Irmã Lúcia respondeu que "Não foi Nossa Senhora; fui eu que meti a data de 1960 porque, segundo intuição minha, antes de 1960 não se perceberia, compreender-se-ia somente depois. Agora pode-se compreender melhor. Eu escrevi o que vi; não compete a mim a interpretação, mas ao Papa"1 O texto foi lido pelos Papas João XXIII e Paulo VI, que porém decidiram não o publicar.
João Paulo II, por sua vez, pediu o envelope com a terceira parte do segredo após o atentado de 13 de Maio de 1981.
Devido à demora da publicação do Terceiro Segredo de Fátima, várias especulações surgiram na Igreja e fora dela. Algumas falavam de uma guerra nuclear, do assassinato de um Papa, ou da substituição do Papa por um impostor.
Finalmente, a 13 de Maio de 2000, durante a sua visita a Portugal, o Papa João Paulo II, por meio de seu Secretário de Estado, Cardeal Angelo Sodano, divulgou o conteúdo da terceira parte do Segredo.
O texto foi objecto dum comentário teológico da autoria do então Cardeal Joseph Ratzinger, Prefeito da Congregação para a Doutrina da Fé, publicado, juntamente com o texto integral do segredo, em 26 de Junho de 2000. Este comentário começa por estabelecer o lugar teológico das revelações privadas, seguindo com a estrutura antropológica das mesmas. Faz então uma tentativa de interpretação do Segredo de Fátima, na sua globalidade.1
Em setembro de 2013, Maria José Azevedo Santos, uma investigadora portuguesa da Universidade de Coimbra, realizou nos arquivos da Congregação para a Doutrina da Fé o exame completo do manuscrito. O convite partiu da Santa Sé, através do Santuário de Fátima e com autorização prévia do Papa Francisco, para ser feito um exame completo e um estudo diplomático e paleográfico do documento.
A investigadora e catedrática da Faculdade de Letras assegura que "a terceira parte do manuscrito do segredo de Fátima é realmente um documento autêntico". A especialista, que foi a primeira mulher leiga a ter acesso ao documento, analisou o conteúdo, as formas usadas, a datação, elementos relacionados com termos de posse e outras marcas do registo.
O estudo, sem caráter teológico, foi publicado em 2014 e incidiu, entre outros aspetos, na morfologia da escrita e a disposição do texto.
O manuscrito da terceira parte do «Segredo de Fátima» foi mostrado pela primeira vez ao público e esteve patente entre 30 de novembro de 2013 e 31 de outubro de 2014, no Santuário de Fátima, no âmbito da exposição "Segredo e revelação", que destacou as três partes do chamado Segredo de Fátima.2 O manuscrito foi depois devolvido ao Arquivo da Congregação para a Doutrina da Fé, entidade à qual pertence.3

Texto

Manteve-se a ortografia original do documento.
« J.M.J.
A terceira parte do segredo revelado a 13 de Julho de 1917 na Cova da Iria-Fátima.
Escrevo em acto de obediência a Vós Deus meu, que mo mandais por meio de sua Ex.cia Rev.ma o Senhor Bispo de Leiria e da Vossa e minha Santíssima Mãe.
Depois das duas partes que já expus, vimos ao lado esquerdo de Nossa Senhora um pouco mais alto um Anjo com uma espada de fogo em a mão esquerda; ao cintilar, despedia chamas que parecia iam incendiar o mundo; mas apagavam-se com o contacto do brilho que da mão direita expedia Nossa Senhora ao seu encontro: O Anjo apontando com a mão direita para a terra, com voz forte disse: Penitência, Penitência, Penitência! E vimos n'uma luz imensa que é Deus: “algo semelhante a como se vêem as pessoas n'um espelho quando lhe passam por diante” um Bispo vestido de Branco “tivemos o pressentimento de que era o Santo Padre”. Vários outros Bispos, Sacerdotes, religiosos e religiosas subir uma escabrosa montanha, no cimo da qual estava uma grande Cruz de troncos toscos como se fora de sobreiro com a casca; o Santo Padre, antes de chegar aí, atravessou uma grande cidade meia em ruínas, e meio trémulo com andar vacilante, acabrunhado de dor e pena, ia orando pelas almas dos cadáveres que encontrava pelo caminho; chegado ao cimo do monte, prostrado de joelhos aos pés da grande Cruz foi morto por um grupo de soldados que lhe dispararam vários tiros e setas, e assim mesmo foram morrendo uns trás outros os Bispos Sacerdotes, religiosos e religiosas e varias pessoas seculares, cavalheiros e senhoras de varias classes e posições. Sob os dois braços da Cruz estavam dois Anjos cada um com um regador de cristal em a mão, neles recolhiam o sangue dos Mártires e com ele regavam as almas que se aproximavam de Deus.
Tuy -3-1- 1944 ».1

Interpretação

Segundo a interpretação da Santa Sé"o segredo consiste numa visão profética, comparável às da Sagrada Escritura, que não descrevem de forma fotográfica os detalhes dos acontecimentos futuros, mas sintetizam e condensam sobre a mesma linha de fundo factos que se prolongam no tempo numa sucessão e duração não especificadas. Em consequência, a chave de leitura do texto só pode ser de carácter simbólico."4 A Irmã Lúcia, no seu encontro com o enviado do Papa, Card. Tarcisio Bertone, antes da divulgação do segredo, reafirma a sua convicção de que a visão de Fátima se refere sobretudo à luta do comunismo ateu contra a Igreja e os cristãos, e descreve o imane sofrimento das vítimas da fé no século XX.5
Também segundo a Irmã Lúcia, o "bispo vestido de branco" é o Papa, ainda que a visão não pareça referir-se a um Papa específico.6

Polêmicas

Alguns sectores contestam a autenticidade da terceira parte do segredo, ou então alegam que haveria uma outra parte não revelada.7
Tais alegações são recusadas por parte da Santa Sé.8

Referências

Ver também

Ligações externas

Fonte:http://pt.wikipedia.org/wiki/Segredo_de_FAtima

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